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A ESCASSEZ DA LIDERANÇA E A CORRUPÇÃO

“Não importa quem você é ou a sua aparência, como você começou, ou tudo aquilo que adquiriu, a vida é sua relação com o mundo e são suas escolhas que irão escrever seu próprio destino.” Marcello de Souza, Coaching & Você

Quando falamos sobre o ser humano, estamos falando de possibilidades. Toda a estrutura do que somos e de como agimos tem como base as experiências a partir do conhecimento, que por sua vez tem que ser parte de um sistema que criam e cocriam a si mesmo. Todos nós pertencemos a inúmeros sistemas. Com o domínio emergente do sistema, tornam-se evidentes somente quando as partes são conectadas, o que não quer dizer que suas propriedades podem ser previstas a partir das somas das partes. É isso que distingue um sistema de um grupo ou agrupamento de coisas. Por exemplo, o carro é um agrupamento de coisas, um conjunto de peças que ao ser conectadas possibilita seu propósito funcionamento, mas isso só ocorre quando todos estão corretamente encaixados e funcionando. Se alguma das peças apresentar defeito ou não for corretamente instalado, o carro, como todo, sofrerá consequências, podendo inclusive impossibilitá-lo de funcionar novamente. Da mesma forma, quando é feito uma pequena mudança ele volta a funcionar. As partes de um sistema, por sua vez, é uma manifestação do todo e não apenas um componente dele. O todo existe a partir de várias partes, mas sem uma das partes o todo continua a existir. O todo existe por manifestar-se continuamente nas partes e as partes existem como uma encarnação do todo.

Somos todos um sistema. Sistema não é uma normalização, mas sim um processo no qual fazemos parte. Somos um sistema e vivemos dentro de sistemas. Seja o que for que estiver fazendo e pensando, seu estilo de vida, seu emprego, sua família, os grupos sociais no qual participa, enfim, tudo aquilo que relaciona você ao mundo. 

A vida nada mais é do que se relacionar, essa relação com o mundo é que garante a nossa existência que, por sua vez, são compostos por sistemas. Pensamento sistêmico é a arte e a ciência de compreender como um sistema opera – o todo sempre é maior do que as partes – esta é uma das definições-chave de um sistema. Para mudar um sistema é necessário descobrir como você está mantendo o problema no presente e então aplicar ações diferentes, para resultados diferentes, caso contrário, o sistema irá continuar se repetindo. Uma vez que tenha compreendido a estrutura do problema, poderá localizar o que impede a mudança e encontrar o ponto de alavancagem para realizar a mudança que se deseja. Se for uma mudança ecológica, levará a melhorias, em uma estrutura de servir e ser servido. Se não for ecológica, então você encontrará mais problemas, em uma estrutura de explorar e ser explorado.

Não diferente é o país no qual vivemos, um sistema com sua própria história no qual se repete, sistemicamente, suas características básicas do poder, desde seus pilares mais remotos. Não podemos esquecer da história econômica desse país. Antes do capitalismo, tínhamos o feudalismo, quando a economia era dominada e manipulada pelos poucos donos do poder. O poder pertencia principalmente aos monarcas, ao rei e seus cortesões, o que era compartilhado, até certo ponto, pelas hierarquias religiosas e culturas nos quais a espiritualidade era governada pela religião organizada. E o que se percebe hoje, em pleno século XXI é a repetição contínua econômico social, providos pelo modelo persistente político, como se todas ações tomadas até agora fossem de ordem não ecológica. Se fizermos uma analogia, ao que se parece, em proporções atuais, as características são muito próximas a um modo de organização social e político feudalista, no qual perdura dividir-nos na verdade em clero, nobreza, servos e vassalos. A resultante disso, é o impacto em todos os meios geradores de riqueza, independentemente da classe social, aonde há um aumento continuo de pessoas “contaminadas” por esse modelo sistêmico.

Na economia brasileira é perceptível que esses fundamentos “feudalistas” estão entranhados em meio a um domínio capitalista prevalecente de uma ideologia maquiavélica pragmática consequencialista, refletido diretamente nos meios geradores de riqueza, através dos modelos exploratórios de gestão. Da mesma forma que aqueles hoje que ocupam o poder político agem, focado no único intuito de se manter no poder e não no objetivo no qual foi eleito para servir, o que ainda se observa, seja na iniciativa pública ou privada, é muito do mesmo, aqueles que estão à frente do poder optam por adotar sistemicamente esse modelo, focando apenas no resultado, não importando os meios a alcança-los. Dessa forma, é inevitável a perpetuação de uma economia materialista aonde seus integrantes coletivamente disputam suas necessidades egóicas e competitivas, explorando os benefícios da massa social.

Dentro de uma prévia equivalência, sabemos que com capitalismo surge também as grandes descobertas e a ciência moderna, com ela também surge a classe média e a ideia de que a democracia transformaria o poder de uns poucos para o poder de muitos, e as eleições periódicas assegurariam não permitir que o poder voltasse a se concentrar nas mãos de poucos. Características básicas do capitalismo como a democracia, globalização e as inovações tecnológicas, influenciaram drasticamente a sociedade da forma que é hoje. Contudo no Brasil, o poder político se mantem dividido basicamente em um polígono, representados pelo Executivo, Legislativo, Judiciário, Meios de Comunicação e Religião, que continuam dentro da mesma “panela”, sem renovação, sem novas ideias, sem oposição, o que se vê é somente a contínua troca do mesmo e suas vantagens individuais. Este é o poder que atua com as suas mãos invisíveis, que influência sistemicamente a maior parcela das decisões executadas dentro da economia, através dos modos operantes do interesse próprio, dominados pela síntese da corrupção, gerando complexas consequências sociais. Estes exemplos exploratórios do poder, demostram monstruosa incompetência administrativa, um infinito desequilíbrio ético pela total falta de moralidade de cada um. Quando uma evidente ordem de impunidade é escancarada aos olhos de todos é porque algo realmente saiu dos trilhos.

A democracia também foi responsável pelo surgimento do berço da liderança, como a qual conhecemos hoje, que deveria nos conduzir e nos representar ao uso positivo do poder ajudando a desenvolver sociedades, empresas, famílias, mas que acabaram atingindo novos níveis de grandeza. Hoje, mais do que nunca, são os resultados que indicam o quanto o poder conseguiu alcançar seu objetivo e isso não é liderança. Max Weber diz que a legitimidade é o reconhecimento das pessoas sobre a liderança daquele que exerce, é a aceitação da maioria pelas suas condutas. Mas não é bem o que vemos hoje, estamos sem critérios, ou melhor dizendo, estamos impregnados diante aos critérios morais consequencialista. Quando caminhamos em direção as incertezas, ao medo, a angustia é porque algo tem que mudar.

A liderança deveria ser viva, e como todo sistema, ela deveria mudar, evoluir, se dividir e transformar. A percepção da história requer uma reflexão de ordem racional de que momento estamos, para que se possa criar critérios lógicos daqueles que nos representa e não através de relações a partir das forças e ameaças para saciar desejos. Liderados deveríamos ser conduzidos através das virtudes, gerando confiança e respeito, produzindo uma unidade para o bem de todos. Fazendo com que cada participante se sinta integrante de parte de um processo de liderança, e que os líderes estão ali exatamente para poder direcionar, reger e conduzir, em um processo ético de diálogo, democrático, de transferência de reconhecimento, antecipando problemas e não os vivendo a cada instante, sem que tenha a necessidade de jogar com as circunstancias ou pretender ser imponderável na sua conduta.

Mas as fontes geradoras de riqueza, como a iniciativa privada ou a máquina pública, todos foram contaminados de alguma forma pelo pragmatismo moral. Passamos a viver em busca da sobrevivência, e não mais da vivencia, dependem de uma interação política social em demanda dos próprios interesses, tentando maximizar os resultados obtidos na investida de se esforçar a encontrar aquilo que somente lhe interessa para sua qualidade de vida. Isso me faz remeter a história de Gyges descrita na obra “A Republica” de Platão. No seu diálogo socrático, Gyges era um pastor, muito estimado e admirado por todos, uma pessoa querida que trabalhava para o soberano da Lídia. Enquanto pastava, uma grande tempestade ocorre e um forte tremor de terra acontece, surgi, então, a sua frente, uma grande fenda. Encantado com aquela fenda ele decidi entrar nela e logo encontra uma diversidade de riquezas, empreitado atrás das riquezas ele vê um cadáver que tinha em uma de suas mãos um anel de ouro. Gyges resolve arrancar o anel de ouro e logo percebe que o anel tem um poder mágico que possibilitava ele a tornar-se invisível. Assim senhor de si, diante a possibilidade de invisibilidade, logo faz toda a atrocidade que ele jamais teria coragem de fazer quando visível. Sem ninguém para monitorar seu comportamento, Gyges passa a praticar todo o mal que poderia praticar – desde seduzir a rainha, matar o rei, roubar, e tantas outras barbaridades. Nesta metáfora, apesar de ter sido escrita no século IV a.C, Gyges e seu anel mágico representa, talvez, o que pode ser de mais atual a se refletir, com a imagem perfeita da realidade de que nós estamos vivendo diante ao medo de um abismo que não parece mais ter fim.

Zygmunt Baumanm em sua teoria do mundo liquido, apresenta um triste caminho social aonde a moral pessoal passou a ser liquida do tipo que se enquadra conforme a conveniência, capaz de se adaptar a toda e qualquer necessidade. O problema que isso está ocorrendo justamente porque acabamos por ficar cego de nós mesmos, e muitas vezes esquecemos de lembrar quem somos. Hegel, no século XVIII disse que “uma sociedade com medo é uma sociedade escrava. ” Mas como não ter medo, ao que parece, está se tornando cada vez mais difícil saber quem tem um pouco de Gyges dentro de si e quem jamais irá ter. Tudo isto é movido por um país que passa por uma pobreza ética, dentro de uma sociedade doente, crescentemente repressora, consequentemente, desmoralizada. Uma situação historicamente comum em países que perderam seu rumo, justamente por não ter desenvolvido sua cultura e por ter abandonado sua educação.

Aqueles que deveriam dar exemplo, que dominam o poder liderando esse país não se importam mais com o crime, porque cometem o crime, não se importam com as provas, porque ocultam as provas, não se importa com as testemunhas, porque compram as testemunhas, e não importa quantas pessoas lesam, pois se acham acima delas. Tornaram-se intocáveis. Intocáveis porque na realidade estão no ápice de uma pirâmide que está em um movimento cíclico aonde a base dessa pirâmide são compostas por pessoas comuns, dentro de estruturas locais econômicas, fundamentadas em modelos sociais já contaminados, no espirito desejante de Ter e não mais Ser. O que vemos, ao que assemelha, é um resumo daquilo que Raquel Kritsch, em uma passagem do seu artigo, atenta a um trecho do “O Príncipe” de Maquiavel, que diz: “Os seres humanos, diz ele, agem e combatem segundo a sua dupla natureza: ora como animais, ora como homens, segundo aquilo que é próprio da natureza humana .[…] deve saber tanto aterrorizar e golpear quanto simular e dissimular. Precisa ser raposa para conhecer os lobos e leões para aterrorizar os lobos”.

Talvez esteja faltando hoje aqueles no qual o filósofo prussiano Kant denominou de “gênio”, um talento ingênito, de alma pura, com um dom natural instrutivo, capaz de criar aquilo que é impossível para outros sem sofrer com a influência do meio, estando apto a ajudar o sistema a encontrar sua ecologia.  Lembro-me quando li o epitáfio de Thomas Jefferson, escrito pelo próprio Jefferson, que insistiu de que somente suas palavras poderiam ali estarem escritas: “Aqui jaz Thomas Jefferson, autor da declaração da independência americana, da lei da liberdade religiosa da Virgínia e pai da Universidade da Virgínia.” Thomas Jefferson um líder que fez questão de demostrar que entre seus feitos mais importantes está a educação ao lado da independência e liberdade.

É fato que na falta de exemplos, perdemos a referência, passamos a admirar aqueles “pseudo-lideres”, no qual muitos são enlatados importados, diferente de serem admirados pela sua trajetória e história e pelos seus feitos coletivos, são maravilhados pelas suas posses, seus bens e suas riquezas, independentemente de como foram conquistados. Exemplos desses são infinitos, como uma dessas ex-celebridades que começou sua carreira contrabandeando pedras preciosas brasileiras e se tornou uma das maiores fraudes econômicas envolvidos em todas as “espécies” de escândalos, ou daquele que fazia “gato” nas linhas telefônicas para pagar suas contas quando mais jovem e excêntrico egoísta quando mais velho, ou ainda aquele que se tornou um dos homens mais ricos do mundo com sites que vendem produtos “piratas”, ou ainda um grande ídolo, que recebe um dos maiores salários do mundo e que poderia incentivar a moralização de seus admiradores, mas sonega impostos e acha isso normal, por que o país no qual nasceu é assim, …., aquele político, no qual fez muito de nós ir a rua, lutar por uma ideologia que ele mesmo não acreditava.

Esses “pseudos” acabam por gerar uma total carência de perspectiva, refletidas em todos os meios econômicos e sociais. Na falta de referência, passamos a fazer menção no que tem, ou melhor, no que não tem, tornando-se normal aquilo que está muito longe do que deveria ser que possam ajudar a mudar este complexo sistema. Falta promover o debate de ideias, que nos faça refletir sobre onde estamos e para onde podemos ir. Falta exemplos daqueles que nos faz entender que hoje foi resultado de ontem, o que fazemos hoje influência o amanhã, e o depois do amanhã e assim por diante. Que somos a resultante de nossas próprias atitudes, próprias escolhas, próprias decisões e que ninguém está impossibilitado de mudar, que a experiência é um ensinamento e esta mudança só pode começar de um único lugar – dentro de nós mesmo. Que muitas vezes o caminho egoísta que estamos escolhendo agora, nem sempre resultara numa opção para aqueles que amamos. 

Para mudar esse quadro, temos que começar a pensar diferente, agir diferente, assumir nossas próprias responsabilidades. Vivemos em sistemas, sistemas esses que influenciam nossos comportamentos, pensamentos, ações e decisões, agindo diretamente em um conjunto de crenças, valores, expectativas, desejos, sonhos, entre tantas outras influencias, que fazem com que muitas vezes deixamos de realizar ou concluir os objetivos no qual somos responsáveis e terminamos por subjugar ou negligenciar nossas próprias responsabilidades. Entretanto, uma das grandes virtudes em entender o pensamento sistêmico é justamente compreender que é possível encontrar respostas diferentes em um sistema. O todo influência as partes, mas o inverso também é verdade. Não é necessário esperar grandes mudanças para se obter resultados transformadores. O todo é feito de partes e basta uma parte agir diferente para que mudanças ocorram no todo.

Não podemos cair na armadilha que a falta dos líderes pode causar, tornando-se a base da contemplação dos idiotas, seguidores das receitas prontas, com respostas milagrosas, da cura para todos os males, mas que na verdade nos afasta da realidade introspectiva. Que na falta de exemplos passamos a ser consumidores de enlatados do tipo daqueles que se encontram em todas as bancas espalhadas ao lado dos contos de fada. Deixando de explorar o maior privilégio que temos, a nossa capacidade de pensar, refletir, criar, inovar, a capacidade de fazer diferente e não nos comportarmos como animais, sem respostas próprias, sem ideias, sem moral, sem ética, seguidores de modelos fracassados, desencadeando uma normose social. Corrompidos pela excentricidade do ego angustiado, que talvez, escondidos atrás do medo de nossas imperícias da frágil e distorcida moral, medo de nossas próprias armadilhas de acreditar na incapacidade de ser quem realmente somos.

Se somos todos responsáveis, protagonistas, coautores, corresponsáveis, por tudo que está acontecendo, então por que não mudar, mesmo que ainda haja omissos e covardes para isso, somos a maioria para virar esta página da história e honrar com o legado para aqueles que mais amamos. Por que cada um de nós não deixamos de reclamar, de viver na busca de culpados e assumimos nossa parte desta responsabilidade, como verdadeiro líder de nós mesmo, fortalecendo a ideia de que está na hora de mostrarmos que é possível fazer diferente, é possível mudar os resultados, mudar a forma de pensar, criar a harmonia e reequilibrar uma nova ordem ética em nossa sociedade. No livro “O Príncipe”, Nicolau Maquiavel diz “os homens quase trilham os mesmos caminhos”, enfatizando a importância de compreender que nem tudo está desenhado, nem tudo está decifrado ou decidido em ser da mesma forma. O que mais importa entender é que liderança não é um jogo político de aparências, mas sim da legitimidade das suas ações perante aos liderados.

Lutar contra a tudo e a todos se for necessário, mas não deixar que mais nada possa fragilizar a nossa Integridade. Integridade que é uma completa completude sem nada desejável. Uma solidez moral – “A estrada que leva ao sucesso real não tem atalhos” – É uma consciência interna que nos separa da maioria dos outros, bem como dos animais. Estabelece confiança que é, e tem dentro de si a antítese do que nos representa.

Lembre-se que a Coragem é uma qualidade de espírito que permite que você enfrente os desafios. A capacidade de “prevalecer apesar das dificuldades, da dor e do perigo”. É preciso uma pessoa especial para se tornar um bom profissional, uma pessoa ainda maior para dedicar a ser um grande líder. A Coragem Perseverante não significa apenas determinação, mas a determinação persistente. Apesar de terem sido confrontados com o fracasso, verdadeiros líderes “obstinadamente perseveraram e conseguiram ir contra todas as chances de falhar”.

Independentemente da situação, o líder representa, um projeto, uma empresa, uma equipe ou uma sociedade, e apesar do que uma minoria de pessoas que quer levar a acreditar que é impossível fazer o melhor, “o verdadeiro Líder faz o seu melhor, na condição que tem, enquanto não tem condições melhores, para fazer melhor ainda”, como disse o filósofo Cortella.

Termino aqui com mais um pensamento de Maquiavel que diz “ é preciso subir aos montes para poder conhecer as planícies”.  Diante a essa frase, o Filosofo Clóvis Barros diz que “a grande virtude de um grande líder político será aquela que conhece seu povo melhor que seu próprio povo e uma grande povo é aquele que conhece seu líder melhor que o próprio líder”. Ele completa dizendo que “é fato que aqueles que hoje podem ser lideres admirados pelo seu povo podem se tornar condenados e os condenados podem se tornam louvados”, já que todos reconhecimentos de um grande líder são sempre apresentados pela sua própria trajetória, cíclica, que muda durante o tempo, nada se repete, e isso exige de um grande líder a permissão das inevitáveis mudanças, compreender que hora pode ser líder e hora pode ser liderado. É a circunstância que faz um grande líder e não um grande líder que faz a circunstância.

Então fica a pergunta – Depois de presenciarmos tudo que está acontecendo com nosso país, será que realmente somos uma sociedade sem ética, formadas somente por imbecis corruptos, injustos, pessoas imorais? Segundo um estudo sobre ética feita no Brasil, acreditam-se que não chega a 10 % de brasileiros que acham que o Brasil não tem jeito, que acredita que para sobreviver no Brasil somente é somente com a lei do mais esperto, canalha. Isso quer dizer que há 90% de pessoas que não pensam assim – e são esses que estão dispostos em mudar. Como disse o professor Clóvis Barros “nem mesmo o pior dos canalhas gostaria de conviver em uma sociedade de gente como ele, até porque para a canalhice dar certo é preciso que haja gente de bem, é preciso que haja gente crédula, é preciso que haja gente honesta, nem o pior dos canalhas torce pela canalhice, nem o pior dos canalhas deixaria seus filhos convivendo em uma sociedade de gente constituída só como ele, portanto até mesmo o canalha torce pela ética e se o canalha torce pela ética, o que dirá cada um de nós que honestamente vivemos do nosso trabalho, o que dirá cada um de nós ciosos da responsabilidade que temos, …., não nos curvemos mais, a oportunidade é agora de fazer triunfar a convivência sobre a canalhice de qualquer jeito.” Não há no mundo quem pode mais confiar em você do que você mesmo, então, seja líder de você mesmo e permita-se lutar!

 “Somente as pequenas conquistas são alcançadas sem grandes obstáculos”.

REFERÊNCIAS

BAUMAN, Z. Cegueira Moral. Rio de Janeiro: Zahar, 2013.

CASSIRER, Ernst. O mito do Estado. Tradução Álvaro Cabral. São Paulo: Códex, 2003.

FILHO, C. B. Somos Todos Canalhas – Filosofia Para Uma Sociedade Em Busca de Valores. São Paulo. Casa da Palavra, 2015.

FILHO, C. B. KARNAL, L. Felicidade ou Morte. São Paulo. Papirus, 2015.

DE GRAZIA, Sebastian. Maquiavel no inferno. São Paulo: Companhia das Letras, 1993.

KRITSCH, Raquel. Maquiavel e a construção da política. Portal Consciência Política. Acessado em 28/08/2017.

PLATÃO. A Republica De Platão. São Paulo. Perspectiva, 2015.

ROSENFIELD, Denis. Filosofia política e natureza humana. Porto Alegre: L&PM, 1990.

2 Comentários

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