
Você é um desastre? Talvez esteja diante do seu maior diferencial.
“Todo mundo é um gênio. Mas se você julgar um peixe por sua capacidade de subir em uma árvore, ele viverá a vida inteira acreditando que é estúpido.”
— Albert Einstein
Vivemos tempos em que a excelência foi sequestrada por métricas de performance padronizadas. Aprendemos desde cedo que ser bom é ser rápido, lógico, adaptado, regrado, focado, multitarefa e produtivo. Mas… e se você for exatamente o oposto disso?
E se sua mente for inquieta demais para o molde? E se sua memória não retiver o que todos decoram com facilidade? E se você tiver dificuldade em seguir regras que parecem absurdas? Se for sensível ao ponto de se preocupar com tudo? Ou se, como tantos gênios silenciosos, você se sentir deslocado demais para caber no mundo que pedem?
A maioria responderia: “Então, eu sou um desastre.”
Mas, talvez, o que você precise não é de ajuste. É de ressignificação.
As falhas que ensinam
A ciência comportamental, aliada à neurociência e à psicologia social, tem mostrado que as chamadas “disfunções” não são falhas definitivas, mas formas alternativas de funcionamento cognitivo e emocional. Em outras palavras: o que para o senso comum é uma deficiência, pode ser um canal de potência criativa, estratégica e disruptiva.
🔹 Memória fraca? Pode ser sinônimo de uma mente associativa, que compensa com síntese, analogias, atalhos cognitivos e inovação.
🔹 Dificuldade com regras? Comum entre os inovadores que, por não tolerarem o que é arbitrário, constroem novos sistemas.
🔹 Preocupação constante? Em excesso, é exaustiva. Mas pode ser também a raiz da sensibilidade estratégica e da antecipação de cenários — uma competência rara em ambientes voláteis.
🔹 Dislexia, TDAH, ou qualquer outra neurodivergência? Podem representar janelas para habilidades latentes como pensamento visual, criatividade complexa, empreendedorismo intuitivo ou empatia ampliada.
A diferença entre limitação e domínio está na forma como olhamos para nós mesmos. O desafio é deixar de operar sob a lente da comparação para adotar uma postura de potência adaptativa: em vez de negar suas dificuldades, escolha o melhor terreno para transformar desvantagem em diferencial.
Filosofia aplicada à imperfeição
A filosofia existencial nos alerta: “a angústia é o preço da liberdade”. Ter consciência das próprias falhas é doloroso, mas também libertador. Ao invés de se moldar ao ideal inatingível do “profissional perfeito”, a verdadeira sabedoria está em reconhecer os próprios limites e se tornar um artesão das próprias singularidades.
Nietzsche já dizia:
“Torna-te quem tu és.”
Mas como tornar-se, se passamos a vida tentando ser outro?
A resposta está na coragem de assumir o que nos torna diferentes, de escolher contextos onde nossas estranhezas são necessárias — não toleradas — e de nos colocarmos no jogo certo, onde o nosso modo único de ser pode brilhar.
Três movimentos para transformar sua “falha” em virtude:
Mude a lente
Se você vê um “defeito”, seu cérebro responde com culpa ou defesa. Mas se você vê um ponto de aprendizado, ativa o sistema dopaminérgico de engajamento. A neurociência mostra: mudar a forma como interpretamos nossos desafios muda o cérebro em si.
Rompa com a comparação
O cérebro humano se compara para sobreviver em grupo. Mas a comparação é uma prisão identitária. Como disse Ortega y Gasset: “Eu sou eu e minha circunstância”. Comparar o próprio bastidor com o palco alheio é o início da autossabotagem.
Escolha a arena com inteligência estratégica
Você não precisa forçar uma competência para se encaixar em um sistema que não valoriza o que tem de melhor. Se sua maior dificuldade é o ponto exigido para vencer em uma área… talvez a questão não seja você. Talvez você precise apenas trocar o jogo.
Para além da alta performance: a autenticidade como estratégia
Num mundo que cada vez mais valoriza a inovação, a empatia, a capacidade de lidar com incertezas e o pensamento não-linear, as chamadas “imperfeições” deixaram de ser limitações e passaram a ser ativos comportamentais estratégicos.
A questão não é “consertar-se” — é integrar-se.
Sim, talvez você não suba em árvores com a mesma facilidade de outros.
Mas… e se você tiver nascido para nadar onde ninguém mais alcança?
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Liderança em Tempos de Incerteza
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