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EU, ISSO E NÓS – COMO RECONSTRUIR UMA RELAÇÃO

EU, ISSO E NÓS

Eu não sei quais serão os caminhos que percorrerei, mas sei quais não seguirei novamente.

Eu não sei quais serão erros que estão por vir, mas sei quais não repetirei mais.

Eu não sei como enfrentarei os desafios que surgirão, mas sei quais não evitarei.

Eu não sei quais serão os desafios que enfrentaremos, mas sei que lutarei para superá-los.

Eu não sei quais serão as dificuldades que surgirão, mas sei que não desistirei facilmente.

 Eu não sei como enfrentarei os obstáculos que se apresentarão, mas sei que darei o meu melhor.

Eu não sei como expressarei minha admiração por você todos os dias, mas sei que farei todo o esforço necessário.

Eu não sei como demonstrarei todos os dias meu amor por você, mas sei quais gestos não deixarei de fazer.

Eu não sei como será o futuro, mas sei que lutarei para construir um futuro brilhante ao seu lado e sei que contigo quero estar.

Porque, muitas vezes, é na luta e na perseverança que encontramos o verdadeiro sentido para nossas batalhas.

A verdade é que o futuro é uma tela em branco, esperando para ser preenchida,

E eu quero pintar essa tela ao seu lado, com cores vibrantes de felicidade.

Porque, no fim das contas, é na nossa luta e perseverança,

Que encontraremos a verdadeira realização e felicidade, lado a lado.

(Marcello de Souza)

Você já ouviu falar no princípio do Eu, Isso e Nós como uma abordagem essencial para construir e manter relacionamentos saudáveis? Hoje, gostaria de compartilhar com você essa perspectiva que tenho utilizado com muitos casais em busca de orientação para recuperar o equilíbrio e resolver questões que frequentemente tornam as relações tóxicas. Vamos explorar juntos?

Para começar, é fundamental compreender que os afetos desempenham um papel crucial em uma relação saudável. Os afetos não são uma escolha; eles nos influenciam constantemente, e por vezes nos sentimos perdidos na forma de lidar com um mundo que nos afeta de maneiras diversas.

Apesar de parecer que em alguns momentos perdemos o controle, é importante lembrar que chegamos até aqui por meio de escolhas. Cada escolha que fazemos, mesmo que não seja a mais saudável, reflete o que valorizamos em relação aos nossos afetos naquele momento. Às vezes, nossas escolhas podem ser uma forma de evitar ou fugir do que realmente importa, simplesmente porque ainda não estamos prontos para fazer escolhas mais conscientes e diferentes das que fizemos anteriormente.

Essa dinâmica faz parte da vida: somos moldados por nossas experiências e aprendemos com elas, buscando tomar decisões mais conscientes no futuro. É através dessas experiências que reconhecemos o que precisamos fazer no próximo instante de nossas vidas. Neste mesmo sentido, é fundamental compreender que cada instante da vida é único e irrepetível. Nada permanece estático, e tudo se apresenta como uma oportunidade nova e virginal. Cada momento é o que deve ser, uma manifestação do mundo que construímos para nós mesmos por meio de nossas experiências passadas.

Entretanto, é importante reconhecer que podemos nos sabotar inconscientemente. O mundo que criamos a cada momento presente é uma consequência das escolhas que fazemos, tanto consciente quanto inconscientemente. Alguns optam por negar a própria vida devido à falta de autoconhecimento e resistência à mudança, enquanto outros se empenham em aprender e evoluir constantemente. Tudo é uma questão de consciência daquilo que realmente importa.

Assim como não podemos criar um novo momento sem partir daquele que já experienciamos, nossa interpretação do mundo e nossas ações são moldadas pelas experiências que acumulamos ao longo da vida. Podemos escolher viver sob as crenças limitantes que nos foram impostas com a própria experiencia vivencial, construindo uma realidade restrita para nós mesmos. Por outro lado, podemos utilizar essas mesmas crenças como base para aprendizado e crescimento, capacitando-nos a enfrentar novos desafios e a lidar com os afetos de forma mais construtiva.

É importante compreender que parte de nossas ações é inconsciente, resultado das apostas que nosso cérebro faz para o próximo momento com base no que já conhece ou que acha conhecer. No entanto, nossa consciência tem o poder de direcionar nossas escolhas e determinar o que queremos para nossas vidas. Ao cultivar o autoconhecimento e a consciência daquilo que importa, podemos transformar nossas experiências em oportunidades de crescimento e realização pessoal.

Espero que agora você seja capaz de entender que quando estamos em uma relação e passamos a julgar, criticar e ver defeitos no outro, na verdade estamos nos avaliando, fazendo uma autocrítica muitas vezes de nós mesmos. Estamos falando muitas vezes das nossas próprias experiências, de nossas crenças e o que estamos vendo é um reflexo sombrio daquilo que somos. O que pretendo dizer é que não conseguimos ser o outro, apenas nós mesmos, e o que o outro nos representa está em partes dentro de nós.

Não criamos nada do nada; precisamos ter uma base, um fundamento interno, baseado em nossas crenças e verdades, para poder apontar o dedo para o outro e dizer o que é certo e o que é errado. Na dinâmica do ser humano, é muito mais fácil para ele apontar para o outro aquilo que nos pertence. Nós humanos temos muita dificuldade em aceitar quem somos.

Dentro de nós existe um eu complexo, formado por uma interação entre nossa genética, experiências de infância e aprendizados ao longo da vida que se misturam e se combinam que hora está a nosso favor, mas em outros momentos nos afastam de muito daquilo que poderia nos trazer alegria e não medo de viver. Essa complexidade nos leva a criar realidades paralelas e a usar máscaras na tentativa de sermos reconhecidos e aceitos. No entanto, essas máscaras muitas vezes nos afastam da verdadeira conexão com o outro, pois nos impedem de nos apresentarmos por completo, expondo aquilo que tememos enxergar em nós mesmos.

O medo da exposição é subjetivo e pertence a cada um de nós. Ele influencia muitas de nossas decisões e pode levar a desilusões ao longo da vida. Reconhecer e confrontar esse medo é essencial para cultivar relacionamentos autênticos e significativos, nos quais possamos nos expressar livremente e nos conectar verdadeiramente com o outro.

EU, ISSO E NÓS

Depois desta extensa e necessária introdução, quero agora que compreenda o quanto a proposta do Eu, Isso e Nós, pode fazer toda a diferença nas relações humanas, principalmente nas afetivas.  O resultado de nossos afetos tem muito a ver em como e o que priorizamos em nossas relações. É comum que, em nossos relacionamentos interpessoais, sejamos impulsionados por uma série de desejos e comportamentos que, embora possam parecer naturais, muitas vezes minam a saúde e a felicidade dessas relações. Essas pulsões, motivadas por uma busca incessante por validação, controle e superioridade, podem ter um impacto significativo em nossa capacidade de construir conexões profundas e significativas com os outros.

Ao buscar constantemente provar nosso valor e nossa superioridade, muitas vezes adotamos comportamentos que são prejudiciais ao bem-estar emocional de nós mesmos e dos nossos parceiros. Nesta discussão, posso por exemplo explorar algumas das pulsões mais comuns que sabotam nossos relacionamentos afetivos e como podemos reconhecê-las e superá-las para cultivar conexões mais autênticas e saudáveis. Quando não controladas, podem prejudicar gravemente as relações afetivas, minando a confiança, a comunicação e a intimidade entre os parceiros.

  • Queremos impor nossa vontade para nos sentirmos no controle.
  • Queremos ter sempre a última palavra para nos sentirmos superiores.
  • Queremos buscar constantemente a aprovação para nos sentirmos validados.
  • Queremos evitar conflitos a todo custo para manter uma imagem positiva.
  • Queremos manipular situações para alcançar nossos próprios interesses.
  • Queremos exaltar nossas conquistas para nos sentirmos superiores aos outros.
  • Queremos ignorar as necessidades do parceiro para priorizar as nossas.
  • Queremos controlar o comportamento do outro para nos sentirmos seguros.
  • Queremos competir com o parceiro para nos destacarmos individualmente.
  • Queremos projetar nossas inseguranças no relacionamento para evitar confrontá-las.

Claro que há tantas outras questões que poderiam aqui expor como motivadores, entretanto o que importa é entender que não faltam motivos no dia a dia que vão desalinhando as relações e é aí que quero explorar com você o exercício do Eu, Isso e Nós. Vamos entender melhor o que é cada um deles:

EU: EXPLORANDO A ESSÊNCIA INDIVIDUAL

No âmago de cada ser humano reside o Eu, uma complexa singularidade de experiências, emoções e pensamentos que formam a essência individual de cada um. É neste espaço interior que encontramos nossos sonhos mais profundos, nossos desejos mais íntimos e nossos medos mais ocultos. É onde as virtudes e as imperfeições se entrelaçam, onde as crenças coabitam com as inseguranças e os traumas, dando forma à nossa identidade única e singular.

Na teoria dos afetos, o Eu é o epicentro das emoções primárias, aquelas que ecoam nas profundezas de nossa psique: alegria radiante, tristeza dilacerante, raiva ardente e medo paralisante. Essas emoções não apenas permeiam nosso ser, mas também moldam nossas interações e escolhas dentro do relacionamento. Elas se manifestam nas palavras que escolhemos dizer, nos gestos que optamos por fazer e nas decisões que tomamos ao lado do nosso parceiro.

Entender e explorar o Eu é uma jornada de autoconhecimento e autodescoberta essencial para o florescimento de um relacionamento saudável. Em uma relação saudável cada um deve ter clareza que este Eu é único e tem a ver sobre sua própria essência, compreendendo suas necessidades emocionais e psicológicas mais profundas. Esse entendimento não apenas permite uma comunicação autêntica, mas também promove uma expressão saudável dos sentimentos, criando uma base sólida para a conexão emocional e o desenvolvimento pessoal contínuo.

Quando nos permitimos mergulhar nas profundezas do nosso Eu, abraçando tanto a luz quanto a sombra que reside dentro de nós, abrimos as portas para uma intimidade verdadeira e genuína no relacionamento. É através desse processo de autoconsciência e aceitação que nos tornamos capazes de compartilhar nossa essência mais autêntica em nossos afetos, criando assim uma conexão baseada na compreensão mútua, no respeito e no amor estrutural, onde permeia a verdadeira e necessária empatia nas relações. As Dimensões do Eu, podem ser representadas por:

  • Autoconhecimento Profundo: O Eu é o epicentro das emoções primárias, que ecoam profundamente na psique humana: alegria radiante, tristeza dilacerante, raiva ardente e medo paralisante. Compreender essas emoções é uma jornada de autoconhecimento e autodescoberta, essencial para o florescimento de um relacionamento saudável. É através desse mergulho nas profundezas do Eu que se alcança uma compreensão mais clara das próprias necessidades emocionais e psicológicas.
  • Expressão Autêntica de Sentimentos: A compreensão do Eu permite uma comunicação autêntica e uma expressão saudável dos sentimentos, criando uma base sólida para a conexão emocional e o desenvolvimento pessoal contínuo. É essencial que cada parceiro tenha clareza sobre sua própria essência, pois isso promove a compreensão mútua e o respeito dentro do relacionamento.
  • Aceitação da Luz e da Sombra: Ao mergulhar nas profundezas do Eu, abraçando tanto a luz quanto a sombra que reside dentro de si, os indivíduos abrem as portas para uma intimidade verdadeira e genuína no relacionamento. É através desse processo de autoconsciência e aceitação que se tornam capazes de compartilhar sua essência mais autêntica nos afetos, criando uma conexão baseada na compreensão mútua, no respeito e no amor incondicional.

Ao compreender e honrar o Eu, os parceiros podem cultivar uma conexão profunda e significativa no relacionamento, onde a verdadeira empatia e a aceitação mútua se tornam os pilares da jornada compartilhada. É dentro desse espaço de autoconhecimento e aceitação que florescem os laços emocionais mais fortes, sustentando o relacionamento em todas as suas nuances e desafios.

ISSO: COMPARTILHANDO PROPÓSITOS E OBJETIVOS

No âmago de um relacionamento saudável reside o conceito do Isso, que representa a confluência de propósitos e objetivos compartilhados entre duas pessoas. É o ponto de encontro onde as individualidades se entrelaçam em uma visão conjunta para o futuro, onde os sonhos de cada um se fundem em uma jornada comum. Na teoria dos afetos, o Isso está intrinsecamente ligado às emoções sociais, aquelas que nutrem os laços emocionais e fortalecem o compromisso mútuo: amor profundo, gratidão sincera, solidariedade inabalável, admiração e respeito e comprometimento incondicional.

Ter clareza sobre o Isso é essencial para cultivar uma conexão significativa e duradoura no relacionamento. Envolve alinhar expectativas e aspirações, estabelecendo uma base sólida para a colaboração e o crescimento conjunto. Respeitando sempre um ao outro. Isso significa definir metas individuais e compartilhadas, resolver conflitos de forma construtiva e nutrir uma visão compartilhada para o futuro. É o compromisso mútuo que impulsiona o casal a enfrentar desafios juntos, celebrar conquistas em conjunto e construir uma vida repleta de significado e propósito.

Ao abraçar o Isso, o casal se torna coautores de sua própria história, navegando pelas águas turbulentas da vida com confiança e determinação. É nesse espaço de colaboração e entendimento mútuo que o relacionamento floresce, enriquecido pela sincronicidade de duas almas que compartilham uma jornada comum. O Isso é o vínculo que une os corações, o farol que guia o caminho e a força motriz que impulsiona o amor a transcender as adversidades e a se tornar eterno. As dimensões do Isso, são:

  • Um relacionamento saudável: O Isso se dá representando a convergência de propósitos e objetivos compartilhados entre duas almas afins. É o ponto de encontro onde as individualidades se fundem em uma visão conjunta para o futuro, onde os sonhos de cada um se entrelaçam em uma jornada comum de crescimento e realização.
  • Alinhamento de Expectativas e Aspirações: No Isso, os parceiros encontram um terreno comum onde podem alinhar suas expectativas e aspirações para o futuro. É um espaço onde a clareza de propósitos e a definição de metas individuais e compartilhadas proporcionam uma base sólida para a colaboração e o crescimento conjunto.
  • Resolução Construtiva de Conflitos: O Isso demanda a habilidade de resolver conflitos de maneira construtiva, transformando os desafios em oportunidades de aprendizado e fortalecimento mútuo. É no enfrentamento conjunto das adversidades que os parceiros se unem ainda mais, demonstrando respeito mútuo e comprometimento com a relação.
  • Nutrição de uma Visão Compartilhada: Nutrir uma visão compartilhada para o futuro é essencial no Isso, pois permite que os parceiros cultivem um senso de propósito e direção em sua jornada conjunta. É o compromisso mútuo de construir uma vida repleta de significado e propósito, celebrando juntos as conquistas e enfrentando os desafios com coragem e determinação.

Ao abraçar o Isso, os parceiros se tornam coautores de sua própria história, navegando pelas águas turbulentas da vida com confiança e determinação. É nesse espaço de colaboração e entendimento mútuo que o relacionamento floresce, enriquecido pela sincronicidade de duas almas que compartilham uma jornada comum. O Isso é o vínculo que une os corações, o farol que guia o caminho e a força motriz que impulsiona o amor a transcender as adversidades e a se tornar eterno.

NÓS: CULTIVANDO A CONEXÃO PROFUNDA

O Nós representa a alma pulsante de um relacionamento, onde as individualidades se entrelaçam em uma teia complexa de interações emocionais e conexões profundas. É nesse espaço sagrado que a reciprocidade, o apoio mútuo e a empatia florescem, nutrindo o vínculo afetivo e promovendo o bem-estar emocional de ambos os parceiros. No entanto, a essência do Nós transcende a mera coexistência; é uma sinfonia de sentimentos, pensamentos e ações que se entrelaçam para formar uma harmonia única e poderosa. Suas dimensões podem ser representadas como:

  • Reciprocidade e Apoio Mútuo:  A reciprocidade é a cola que une o Nós, onde cada gesto de amor, cuidado e apoio é espelhado e amplificado pelo outro. Nesse espaço de confiança e compreensão mútua, os parceiros encontram conforto e segurança para enfrentar os desafios da vida juntos, sabendo que têm um ao outro em todos os momentos.
  • Empatia e Compreensão Profunda: A empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, de sentir e compreender suas alegrias, tristezas e preocupações como se fossem suas próprias. No âmago do Nós reside uma profunda empatia, que transcende as barreiras da individualidade e fortalece os laços emocionais, criando um espaço de aceitação incondicional e compreensão mútua.
  • Intimidade e Transparência: A verdadeira intimidade surge da transparência e vulnerabilidade mútuas, onde os parceiros se permitem ser completamente autênticos e genuínos um com o outro. No Nós, não há espaço para máscaras ou falsas pretensões; é um santuário de honestidade e verdade, onde as almas se encontram em sua forma mais pura e desarmada.
  • Respeito e Admiração: O respeito mútuo é a base sólida sobre a qual o Nós se ergue, alimentando uma atmosfera de valorização e apreciação mútua. É no espaço do Nós que os parceiros se enxergam não apenas como companheiros, mas como fontes de inspiração e admiração, reconhecendo e celebrando as qualidades únicas e os talentos individuais um do outro.
  • Comprometimento Incondicional: O comprometimento no Nós vai além das palavras e promessas; é uma escolha consciente de permanecer ao lado do outro, independentemente dos desafios que a vida possa trazer. É uma promessa de lealdade e dedicação, de estar presente nos bons e maus momentos, de compartilhar não apenas as alegrias, mas também as dores e os fardos da existência.
  • Cultivando o Nós: Cultivar o Nós requer um investimento contínuo e consciente por parte de ambos os parceiros. Requer a disposição de se comunicar aberta e honestamente, de ouvir atentamente e de se comprometer ativamente em resolver conflitos de maneira construtiva. Requer também a prática diária da gratidão e do reconhecimento, lembrando-se sempre das pequenas coisas que tornam o relacionamento especial e significativo.

Por isso que no grande palco da vida, o Nós é a peça central que une duas almas em uma jornada compartilhada de crescimento, aprendizado e amor. É uma dança delicada de dar e receber, de se apoiar mutuamente enquanto se navega pelas águas turbulentas da existência. Que possamos cultivar e nutrir o Nós em nossos relacionamentos, lembrando-nos sempre do poder transformador do amor e da conexão verdadeira.

Depois de explorarmos a dinâmica do Eu, Isso e Nós em profundidade, torna-se evidente que a congruência entre esses elementos é essencial para o florescimento de relacionamentos saudáveis e gratificantes. O Eu representa a nossa essência individual, o Isso simboliza os propósitos compartilhados e o Nós é a expressão máxima da conexão profunda entre duas pessoas.

No entanto, é comum nos depararmos com desafios ao longo dessa jornada. Muitas vezes, as discrepâncias entre o Eu, o Isso e o Nós podem gerar conflitos e desalinhamentos nas relações, dificultando a construção de uma base sólida e duradoura. Quando o Eu está em conflito com o Isso, ou quando o Nós é negligenciado em prol do Eu individualista, as bases do relacionamento podem se enfraquecer, levando a uma falta de compreensão, empatia e respeito mútuos.

É importante reconhecer que a verdadeira harmonia em um relacionamento surge quando há congruência entre esses três elementos. Quando o Eu está alinhado com os propósitos compartilhados do Isso e ambos se fundem em uma conexão profunda e significativa no Nós, o relacionamento prospera. É nesse espaço de entendimento mútuo, apoio incondicional e aceitação genuína que o amor verdadeiro pode florescer e se fortalecer ao longo do tempo.

EU – ISSO; EU – NÓS E ISSO – NÓS

Convido você agora a refletir sobre como esses princípios se aplicam à sua própria vida e aos seus relacionamentos. A seguir vou apresentar um aprofundamento sobre uma relação onde se dá pelo desequilíbrio, onde há somente: eu – isso; eu – nós e isso – nós.

“EU” E O “ISSO”

A partir desta autoanálise e a reflexão que são passos importantes para o crescimento pessoal e a melhoria dos relacionamentos, convido você a analisa-las suas respostas, de acordo com a reflexão sobre questões a serem consideradas quando uma relação de se dá somente pelo Eu e Isso:

  • Individualismo Exacerbado: Em um relacionamento onde predomina apenas o Eu e o Isso, o individualismo tende a ser exacerbado. Os parceiros podem priorizar suas próprias necessidades, desejos e interesses acima dos do outro, resultando em uma falta de consideração e cuidado mútuo.
  • Narcisismo Desenfreado: O narcisismo, caracterizado pela preocupação excessiva com o eu e a busca constante por admiração e validação, pode se manifestar de forma desenfreada em relacionamentos com foco apenas no Eu e no Isso. Os parceiros podem estar mais preocupados em manter uma imagem de si mesmos do que em nutrir uma conexão autêntica com o outro.
  • Egoísmo Rampante: O egoísmo, que se manifesta na priorização dos interesses pessoais em detrimento dos interesses do parceiro, pode ser uma característica dominante em relacionamentos onde o Eu e o Isso são os únicos elementos presentes. Os parceiros podem agir de maneira egoísta, buscando apenas a satisfação de suas próprias necessidades, sem considerar o impacto que suas ações têm no relacionamento.
  • Falta de Empatia e Compreensão: O individualismo, o narcisismo e o egoísmo podem contribuir para uma falta de empatia e compreensão entre os parceiros. Eles podem estar tão focados em si mesmos que têm dificuldade em reconhecer e validar os sentimentos e necessidades do outro, resultando em conflitos frequentes e uma conexão emocional superficial.
  • Desigualdade e Desequilíbrio: Em relacionamentos onde o Eu e o Isso são predominantes, pode haver uma desigualdade de poder e um desequilíbrio nas responsabilidades e contribuições de cada parceiro. Um parceiro pode acabar dominando o relacionamento, enquanto o outro se sente negligenciado ou subjugado, o que pode levar a ressentimentos e conflitos não resolvidos.
  • Estagnação e Falta de Crescimento: O individualismo, o narcisismo e o egoísmo podem impedir o crescimento pessoal e conjunto dos parceiros. Eles podem ficar presos em padrões de comportamento autodestrutivos e disfuncionais, impedindo-os de alcançar seu pleno potencial e desfrutar de um relacionamento saudável e satisfatório.

Aliás, uma relação baseada apenas no “Eu” e no “Isso” pode, de fato, tornar-se tóxica. Quando há um foco excessivo no Eu, pode surgir o individualismo extremo, onde um ou ambos os parceiros priorizam apenas suas próprias necessidades, desconsiderando as do outro. Isso pode levar ao egoísmo, onde cada pessoa está preocupada apenas consigo mesma, sem considerar o impacto de suas ações no relacionamento.

Por outro lado, quando a dinâmica é dominada pelo “Isso”, onde os propósitos e objetivos compartilhados são enfatizados em detrimento das individualidades, pode ocorrer uma perda de identidade pessoal. Nesse cenário, os parceiros podem se sentir sufocados ou negligenciados, pois suas necessidades individuais e desejos podem ser ignorados em prol da visão conjunta para o futuro.

Essa falta de equilíbrio entre o Eu e o Isso pode criar uma relação desigual e prejudicial, onde um dos parceiros pode se sentir subjugado ou não valorizado. O relacionamento pode se tornar controlador, onde um parceiro busca dominar o outro, impondo sua vontade e minando a autonomia do outro.

Essa dinâmica muitas vezes pode levar a um ciclo de comportamento tóxico, onde há manipulação emocional, abuso psicológico e falta de respeito mútuo. A ausência de comunicação genuína e de empatia pode alimentar ressentimentos e conflitos constantes, minando gradualmente a saúde emocional e o bem-estar de ambos os parceiros.

Por fim, uma relação baseada apenas no “Eu” e no “Isso”, sem o equilíbrio saudável do “Nós”, pode se tornar tóxica devido ao individualismo excessivo, ao egoísmo, à perda de identidade pessoal e à falta de comunicação e empatia mútuas.

“EU” E “NÓS”

É importante reconhecer e abordar esses desafios para cultivar um relacionamento mais equilibrado e saudável, onde ambas as partes se sintam valorizadas e respeitadas como indivíduos únicos. Por isso, convido você a reflexão sobre questões a serem consideradas quando uma relação de se dá pelo Eu e Nós:

  • Individualismo Excessivo: Em uma dinâmica onde há predominância do Eu e do Nós, pode ocorrer um excesso de individualismo, onde os parceiros podem priorizar suas próprias necessidades e interesses em detrimento das do relacionamento. Isso pode resultar em falta de colaboração e comprometimento comum, levando à desconexão emocional e à falta de suporte mútuo.
  • Falta de Autonomia e Identidade Pessoal: O excesso de foco no Nós pode levar à perda da individualidade de cada parceiro. Eles podem se fundir tanto no relacionamento que acabam perdendo de vista suas próprias necessidades, desejos e identidades. Isso pode criar uma sensação de sufocamento e falta de liberdade pessoal.
  • Dependência Emocional: Em relacionamentos onde o Eu é subjugado em prol do Nós, pode surgir uma dependência emocional excessiva. Um parceiro pode se tornar emocionalmente dependente do outro para validar sua própria existência e felicidade, o que pode levar a uma dinâmica desequilibrada e insalubre.
  • Dificuldade em Estabelecer Limites Saudáveis: A falta de clareza entre o Eu e o Nós pode dificultar a definição de limites saudáveis no relacionamento. Os parceiros podem ter dificuldade em identificar onde terminam suas próprias necessidades e começa as do outro, levando a conflitos e ressentimentos não resolvidos.
  •  Perda de Individualidade e Autoexpressão: O Eu pode se sentir sufocado e reprimido em um relacionamento onde o Nós é priorizado acima de tudo. Isso pode levar à supressão da expressão individual e à sensação de não ser verdadeiramente compreendido ou valorizado pelo parceiro.
  • Dificuldade em Lidar com Mudanças e Desafios: Quando o relacionamento é a principal prioridade, os parceiros podem ter dificuldade em lidar com mudanças e desafios externos. Eles podem se sentir perdidos ou desorientados quando confrontados com situações que exigem flexibilidade e adaptação, pois estão tão centrados no Nós que negligenciam o Eu.

Esses são alguns dos problemas que podem surgir em uma relação onde predominam apenas o Eu e o Nós. Essas dinâmicas podem levar a uma série de desafios emocionais e interpessoais que podem minar a saúde e a felicidade do relacionamento. É importante reconhecer esses padrões e trabalhar para promover um equilíbrio saudável entre o Eu e o Nós, onde cada parceiro se sinta valorizado, respeitado e livre para ser verdadeiramente ele mesmo.

“ISSO” E O “NÓS”

            Em uma relação onde o “Isso” e o “Nós” são predominantes, podem surgir problemas que afetam negativamente a saúde emocional e o bem-estar dos parceiros. Aqui estão algumas maneiras pelas quais isso pode ocorrer:

  • Perda de Identidade Individual: Quando o foco principal está nos propósitos e objetivos compartilhados (o “Isso”), os parceiros podem negligenciar suas identidades individuais. Isso pode levar a uma sensação de perda de autonomia e autoexpressão, onde cada parceiro se sente apagado dentro do relacionamento.
  • Supressão das Necessidades Individuais: A ênfase excessiva no “Nós” pode levar à supressão das necessidades individuais de cada parceiro. Eles podem se sentir obrigados a sacrificar seus próprios desejos e interesses em nome do relacionamento, o que pode levar a sentimentos de ressentimento e frustração.
  • Dependência Emocional Excessiva: Em um relacionamento onde o “Isso” é priorizado sobre o “Eu”, pode ocorrer uma dependência emocional excessiva do parceiro. Isso pode criar uma dinâmica desigual, onde um parceiro se torna emocionalmente dependente do outro para sua felicidade e bem-estar.
  • Falta de Autonomia e Liberdade: A busca incessante por propósitos e objetivos compartilhados pode limitar a autonomia e a liberdade de cada parceiro. Eles podem sentir que não têm espaço para crescer e se desenvolver como indivíduos dentro do relacionamento, o que pode levar a sentimentos de aprisionamento e claustrofobia emocional.
  • Conflito de Interesses e Prioridades: O alinhamento constante com os propósitos e objetivos do relacionamento pode levar a conflitos quando os interesses e prioridades individuais dos parceiros entram em conflito com o “Nós”. Isso pode criar tensões e ressentimentos dentro do relacionamento, minando a harmonia e a coesão.
  • Falta de Espaço para a Expressão Pessoal: Em um relacionamento onde o “Nós” é valorizado acima de tudo, pode haver uma falta de espaço para a expressão pessoal e individualidade. Os parceiros podem sentir que não têm permissão para expressar seus verdadeiros sentimentos e opiniões, o que pode levar a sentimentos de sufocamento e repressão.

Esses são apenas alguns exemplos de como uma relação baseada predominantemente no “Isso” e no “Nós” pode se tornar tóxica. É importante reconhecer esses padrões e buscar maneiras de promover uma dinâmica mais equilibrada e saudável dentro do relacionamento.

A partir daí espero ajudar você a compreender o impacto da falta de harmonia ente eu, isso e nós. Além disso, apresento diversas questões para você fazer sua alta reflexão sobre sua relação hoje. Que vai ajudar a responder questões como: Como você pode cultivar uma maior congruência entre o Eu, o Isso e o Nós em suas interações diárias? Que passos você pode tomar para promover uma maior compreensão, empatia e respeito em seus relacionamentos?

Lembre-se de que, assim como uma obra-prima requer tempo, esforço e dedicação, também é necessário nutrir e cultivar os relacionamentos para que possam prosperar e florescer plenamente. Que esta reflexão possa guiá-la em sua jornada rumo a relacionamentos mais saudáveis, significativos e gratificantes.

VAMOS PRATICAR

  1. EU E ISSO

Quero convidar agora que faça um breve exercício comigo de conscientização. A regra é simples, você vai pegar um papel e uma caneta e responder as perguntas em ordem – isto é fundamental para você explorar de maneira harmônica como está sua relação hoje. Vamos praticar?

  • Como você se sente em relação à dinâmica atual do seu relacionamento? Você acredita que há um equilíbrio saudável entre as necessidades individuais e os objetivos compartilhados?
  • Quais são suas principais motivações e prioridades dentro do relacionamento? Você tende a priorizar seus próprios interesses e desejos ou busca constantemente alinhar-se com os propósitos e objetivos do casal?
  • Como você lida com os conflitos e desentendimentos no relacionamento? Você costuma impor sua vontade ou busca resolver os problemas de maneira colaborativa e construtiva?
  • Você se sente verdadeiramente ouvido e compreendido pelo seu parceiro? Ou suas necessidades individuais são frequentemente subjugadas em favor dos interesses do relacionamento?
  • Existe um padrão de controle ou manipulação em seu relacionamento? Você ou seu parceiro tendem a impor sua vontade sobre o outro, ignorando ou minimizando suas necessidades emocionais e psicológicas?
  • Você sente que sua identidade pessoal está sendo respeitada e valorizada dentro do relacionamento? Ou você se sente pressionado a se conformar com uma visão conjunta para o futuro que pode não estar alinhada com suas próprias aspirações e desejos?
  • Como você lida com os momentos de conflito entre suas necessidades individuais e os interesses do relacionamento? Você se sente confortável expressando suas preocupações e limites, ou tende a sacrificar suas próprias necessidades em prol da harmonia aparente?
  • EU e NÓS

Quero convidar agora que faça um breve exercício comigo de conscientização. A regra é a mesma, você vai pegar um papel e uma caneta responder as perguntas antes de ler a próxima – isto é fundamental para você explorar de maneira harmônica como está sua relação hoje. Vamos praticar?

  • Como você se sente em relação à dinâmica atual do seu relacionamento? Você percebe um desequilíbrio entre o tempo e energia dedicados às suas necessidades individuais versus às necessidades do relacionamento como um todo?
  • Você se sente sufocado ou restrito em sua expressão individual dentro do relacionamento? Você tem espaço para perseguir seus interesses pessoais, hobbies e amizades fora do relacionamento, ou sente que suas escolhas são constantemente moldadas pelos interesses do casal?
  • Existe uma tendência à codependência ou fusão emocional em seu relacionamento? Você sente dificuldade em estabelecer limites saudáveis e manter sua independência emocional, ou suas emoções e identidade são frequentemente influenciadas pela dinâmica do relacionamento?
  • Como você lida com o conflito entre suas necessidades individuais e os interesses do relacionamento? Você tende a priorizar o bem-estar do casal em detrimento de suas próprias necessidades, ou consegue encontrar um equilíbrio saudável entre o autocuidado e a colaboração no relacionamento?
  • Você se sente verdadeiramente valorizado e respeitado como indivíduo dentro do relacionamento? Ou suas opiniões, desejos e aspirações são frequentemente subjugados em favor da harmonia e estabilidade do casal?
  • Existe uma sensação de sacrifício excessivo em seu relacionamento, onde você se vê constantemente abrindo mão de suas próprias necessidades e desejos para manter a paz e a estabilidade?
  • Você sente que sua identidade pessoal está se perdendo ou sendo diluída dentro do relacionamento? Ou você é capaz de manter uma forte conexão com sua essência individual enquanto compartilha sua vida com seu parceiro?
  • ISSO É NÓS

Quero convidar agora que faça um breve exercício comigo de conscientização. A regra é a mesma, você vai pegar um papel e uma caneta responder as perguntas antes de ler a próxima – isto é fundamental para você explorar de maneira harmônica como está sua relação hoje. Vamos praticar?

  • Como você definiria a dinâmica do seu relacionamento atualmente?
  • Reflita e escreva sobre como você percebe a interação entre os propósitos e objetivos compartilhados (o “Isso”) e a conexão emocional e colaboração mútua (o “Nós”).
  • Quais são os principais propósitos e objetivos que você e seu parceiro compartilham?
  • Pense e escreva sobre os objetivos em comum que vocês buscam alcançar juntos e como isso impacta a dinâmica do relacionamento.
  • Você sente que suas necessidades individuais são reconhecidas e respeitadas dentro do relacionamento?
  • Considere e escreva se você tem espaço para expressar suas próprias necessidades e desejos, ou se eles são subjugados em prol dos objetivos do relacionamento.
  • Como vocês lidam com conflitos e divergências de opinião dentro do relacionamento?
  • Reflita e escreva sobre como vocês trabalham juntos para resolver diferenças e se existe espaço para expressar pontos de vista diferentes sem medo de julgamento ou retaliação.
  • Você se sente emocionalmente dependente do seu parceiro para sua felicidade e bem-estar?
  • Analise e escreva se você confia excessivamente no relacionamento para preencher suas necessidades emocionais individuais ou se consegue encontrar equilíbrio entre a conexão emocional e a autonomia pessoal.
  • Como vocês equilibram os interesses e prioridades individuais com os propósitos e objetivos compartilhados?
  • Pense e escreva sobre como vocês negociam e comprometem para garantir que ambos os parceiros se sintam valorizados e respeitados dentro do relacionamento.
  • Você sente que tem espaço suficiente para crescer e se desenvolver como indivíduo dentro do relacionamento?
  • Considere e escreva se você se sente livre para explorar novas oportunidades e perseguir seus próprios interesses e paixões, ou se sente limitado pelo relacionamento.
  • Como vocês promovem a comunicação aberta e a empatia mútua dentro do relacionamento?
  • Reflita e escreva sobre como vocês se esforçam para entender e apoiar um ao outro emocionalmente, mesmo quando estão enfrentando desafios ou conflitos.

Estas questões podem ajudá-lo a explorar mais profundamente a dinâmica de sua relação e identificar áreas de força e possíveis melhorias. Lembre-se de dedicar um tempo para refletir honestamente sobre suas respostas antes de discuti-las com seu parceiro.

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